terça-feira, 21 de abril de 2009

A pequena imperadora

Já não me lembro do nome dela. Sinceramente, varreu-se-me ao fim de um ano de labuta mais ou menos intensa...

Vamos chamar-lhe Sofia. Encontrei-a aquando pela passagem pela Pedopsiquiatria.

Fora internada compulsivamente. Tinha agredido a mãe, porque esta se recusara a comprar-lhe um computador novo.

O pai, coleccionador e vendedor de selos, vivia alheado de todo o mundo, entregue às suas colecções e à rigidez das suas regras, que de vez em quando vergavam a muito custo e sob solicitação da mãe.

A mãe, essa, tinha um ar sofrido. Em criança tinha deixado de brincar com brinquedos, por falta de dinheiro para os comprar. Prometera a si própria que a filha nunca haveria de passar por vicissitudes desse género.
Trabalhava que se desunhava para isso, e não conseguia resistir ao choro da criança, que em breve se transformou num coro de exigências, e depois em insultos, ameaças, fugas de casa e, depois, naquele episódio..
Por isso, comprava-lhe, desde tenra idade, quase contando os tostões para comer, tudo o que podia: peluches, bonecas, doces, salgados, jogos caros, roupas de marca, um computador... Às vezes, fazia-o à revelia do pai, que, após descoberto o erro, encolhia os ombros e voltava para os selos da sua predilecção.

Sofia, nos últimos meses, perante a anarquia grassante em casa no que toca a regras, vinha fazendo mais e mais exigências aos pais: uma torneira sensível à aproximação das mãos, roupas cada vez mais caras. Quando os pais lhe respondiam que não tinham dinheiro para satisfazer as suas exigências, os gritos de "Odeio-te!" e a choradeira multiplicavam-se em crescendo.

Até ao dia em que bateu na mãe.

Aí, os pais, pela primeira vez na vida de Sofia, procuraram ajuda em todo o lado, excepto para a dinâmica da família: foram à comissão de protecção de menores e ao tribunal de menores da área, que emitiu um mandado de condução à urgência, tendo em vista o seu internamento compulsivo. Aí, foi internada compulsivamente para esclarecimento.

Foi assim que ela me foi parar às mãos.
O primeiro contacto foi hostil: tratava-se de uma moça de catorze anos, ligeiramente obesa, que exigia querelantemente a alta imediata. Estava visivelmente assustada com a situação.

Convoquei a família para uma reunião, com a supervisão directa e próxima do meu tutor desse estágio. Na reunião, Sofia chorava e fazia exigências, enquanto que, discretamente, olhava para os pais pelo canto do olho, para ver a sua reacção. A mãe, sem perceber nada, enervada, quase que saiu da sala.
Tive que intervir. Mandei Sofia sair da sala, e fiz uma explicação detalhada sobre o facto de, desde criança, as pessoas aprenderem a manipular os outros, ainda que inconscientemente...

Depois de várias sessões com Sofia e com os pais, elaborou-se um plano de tratamento, quer psicofarmacológico, quer psicoterapêutico. Ouvidas as partes, definiu-se um contrato terapêutico, com regras explícitas no que toca às exigências dos pais e de Carolina e penalidades em caso de infracção às regras. Estabeleceu-se a indicação para seguimento por uma psicóloga da Comissão e uma pedopsiquiatra da consulta externa, com acompanhamento e revisão do contrato terapêutico.

Tudo em vão.

Passados um ou dois meses, a mãe de Sofia procurou os médicos do internamento. Multiplicavam-se as ameaças aos pais, no seguimento de uma quebra no cumprimento das regras.

Sofia quebrara o contrato.

Os médicos do internamento remeteram simpaticamente a mãe de Sofia para os respectivos chefes.

Entretanto, saí do estágio. Não sei mais o que se passou com Sofia.

Casos como este são cada vez mais nos corredores da Pedopsiquiatria, e, depois, da Psiquiatria de adultos.

O estágio de Pedopsiquiatria fez-me, sinceramente, deprimir: noto que é cada vez mais difícil ser pai.

Noto que a sociedade está cada vez mais exigente para com os pais, para com os professores, e ao mesmo tempo a criar situações de completa demissão de funções, para uns e para outros. Exige-se a uns e a outros aquilo que eles não podem fazer, em nome de quê?

Quais os resultados práticos disto? Será que não estamos (Sociedade) a criar uma multidão de pequenos imperadores, egocêntricos, obesos, consumistas, sem respeito pelos outros, capazes de tudo para obter afecto ou bens materias? Como fazer para inverter a situação?

Como educar os pais? Como ser um pai (ou mãe) "suficientemente bom", de acordo com as características da sociedade actual?

Alguém me consegue responder a isto?
(Ou será que eu preciso de pôr as gotas na sopa?)

22 comentários:

Branca disse...

Vim por aqui e gostei muito do que li.
Para lhe responder a isto gastaria a noite e já é 1h30m e o sono já pesa para uma opinião lúcida. De qualquer forma é difícil responder, porque a sociedade criou dois extremos, os meninos parecidos com os do texto e os outros, cujos pais não se querem demitir de serem educadores, mas quando os meninos crescem e dizem que não se sentem integrados nesta sociedade e mesmo sabendo que estão certos não deixam de se sentir mal e únicos ficam os papás a pensar se os terão educado para o mundo de hoje..., claro que terão, porque o mundo de hoje é o de sempre, é preciso preservá-lo, respeitá-lo, em termos de naturais e humanos e para isso é preciso educar pessoas responsáveis.
Mas eu volto.
Abraços

JC disse...

Não és tu quem precisa de gotas...
Abraço!!

Lara disse...

Como mãe de uma criança de quatro anos... não posso senão arrepiar-me com o seu post. Mas, acredite, hoje em dia, é muito complicado ser mãe/pai. Ou então somos nós (e a sociedade) que andamos a complicar e não encontramos um meio termo entre a educação pré-histórica e a educação pró-direitos das criancinhas!

Poetic Girl disse...

Infelizmente estes episódios estão se a tornar cada vez frequentes, a posso parecer negativa agora, mas acho que só tem tendência a piorar. Gostei daqui, voltarei mais vezes. bela

Unknown disse...

É uma pescadinha de rabo na boca - só se educam bons pais ao educar-se bem os filhos. (imagem negra do futuro, não é? melhor ir buscar as gotas)

Mas um bom princípio seria deixar de vitimizar (e permitir a autovitimização) os pais e, principalmente, parar de "demonizar" os miúdos que são eles as principais vítimas - vítimas por não terem nem o poder nem o discernimento para mudar o que quer que seja. É isso que distingue uma vítima, aliás.

Desculpar os pais com os defeitos da sociedade, por não terem tempo, porque o Governo é mau ou as escolas ineficientes é tapar o sol com a peneira (aliás, se pensarmos bem os culpados de tudo isto serão os avós que não souberam criar seres seguros o suficiente para hoje serem eles os pais). Mas, como em tudo, somos seres pensantes e livres de ser o que quisermos - "sou um assassino porque o meu pai o foi" ou "sou obeso porque a minha mãe comia muito" é um disparate - as pessoas escolhem o que querem ser e têm de se responsabilizar pelo que escolhem. Se escolhem a dada altura ser pais têm obrigatoriamente responder aos desafios impostos por essa decisão... deles, dos pais.

Se conseguimos criar seres perfeitos? Naturalmente que não - qualquer que seja o modelo de educação adoptado (e quando existe um, por pior que seja, já não é nada mau) terão os seus traumas, problemas, sensibilidades. Hão-de odiar os pais quando forem adolescentes e até envergonharem-se deles. Se deus quiser! Faz parte - será sinal de que crescem.

Agora, coitados dos pais é que não. Coitadas das Sofias que por aí andam.

Lara, não me parece nada que seja difícil ser pai/mãe. Parece-me difícil ser perfeito, por ser impossível, ou almejar por filhos perfeitos, que não existem, ou ainda querer que os filhos se sintam filhos quando nós nos demitimos da condição de pais.

PS: Excelente post - pelo menos dá que pensar

Lara disse...

Fátima,
Bom comentário!
Dizer que se pai é difícil é de facto generalizá-lo, mas o que quero dizer, e sinto no meu caso, é que é difícil fazer da minha filha uma grande mulher, saber que sou eu que tenho essa responsabilidade (por enquanto) e que o tempo não volta para trás. Se falho agora, terei mais dificuldade em remediar. Compreendes o que quero dizer?

Banita disse...

Muito bom texto!
Eu acho que sou boa Mãe. Pelo menos não lhe dou tudo o que quer e digo que Não muitas vezes. Talvez até seja demasiado exigente para a idade da minha filhota, mas como acredito que é de pequenino que se torçe o pepino. Há regras que são para cumprir! À risca! Outras há em que podemos relaxar e por vezes pisar (e ultrapassar) o risco.
Penso que é tudo uma questão de Bom senso. Talvez seja essa a caraterística mais importante para sermos Pais e Mães.
E hoje em dia, os Pais/Mães têm pouco tempo para educar os filhos e quando têm tempo, não têm paciência e é mais fácil dizer-lhe Sim, para haver harmonia e ficarmos todos felizes... pelo menos durante alguns anos! E o resultado está à vista, em todas as Sofias, Carolinas e Marias que povoam o nosso Portugal! :(

Um pedaço de azul... um BloGui diferente disse...

Como acabei de ler agora num comentário, costumo dizer que só tenho esta oportunidade para não falhar. (não sei se há condições em diversos aspectos para ter mais do que um filho...). A situação dada como exemplo é dramática e não quero passar por ela... nem perto. Por isso, por mais que me custe, e o meu filho só tem 16 meses, começaram cá em casa regras bem definidas, os nãos, as cedências nas horas certas, e nada de compensações por falta de tempo... procuramos que todo o tempo seja para ele, não só para o estimular, mas principalmente para o educar enquanto pessoa que já vive numa sociedade complicada...
Ser pai ou mãe é difícil. Considero um desafio. É preciso coragem e força, muita! Porque NÃO educar é muito fácil, basta dizer sempre SIM... e sorrir.
Adorei o post.
Parabéns

Psiquiatra da Net disse...

Obrigado pelos comentários.

Quantos/as de vocês é que, no momento em que souberam que iam ter um filho, se sentiam verdadeiramente preparados para ser pais e para assumir esse papel?

Gostava de ter uma fórmula simples, como a fórmula do biberão das 4 da manhã, que aprendemos na faculdade (o JC explica!), para educar um filho...

Mas não tenho, e acho que 90% da humanidade anda à procura dela...

Já agora, depois de a descobrir, vou ver se descubro também a fusão a frio, como ganhar o Euromilhões sem jogar e como pôr o meu Benfica a ganhar o campeonato...
;)

PR disse...

Partilho da opinião da Lara.
Sou mãe de um "reguila" de quase 7 anos, e no mínimo fico arrepiada com o comportamento da "Sofia".
Em relação ao meu filho, apenas digo que utilizo o bom senso, ou pelos menos tento, em tudo.
Converso muito com ele, também o castigo quando acho que é necessário.
Às vezes é dificil decidir, e ler nas entrelinhas, ou seja perceber o que ele realmente me quer dizer com o comportamento e posturas que adopta, trabalho com números, dou comigo muitas noites, acordada a pensar qual a melhor forma de ultrapassar determinadas questões.
Falo com o meu filho como falo com um adulto, tento, nas minhas conversas, não o influenciar, ou seja apresento-lhe as várias alternativas, e ele, depois de as conhecer, bem como às vantagens e desvantagens das opções que tomar, decide.
Transmito-lhe que na vida se fazem opções e que essas opções têm as suas consequências.
Que dos erros também se pode colher uma lição.
E po aí fora.
Existem alguns príncipios que eu considero "sagrados" tais como o respeito por si mesmo e pelos outros, quem conhece o significado da expressão "Namasté" poderá perceber um pouco melhor o que eu tento transmitir ao meu rebento.
Costumo dizer que o Tiago me ensina mais a mim, do que eu a ele.
Obriga-me a reflectir e aperfeiçoar também a minha atitude perante a vida.
Sinceramente, espero estar no bom caminho, o melhor para ele.
Excelente Post doutor.
Parabéns
Pr

Rita Quintela disse...

Tenho 4 filhos e, segundo conta, rédea curta. Orgulho-me (muito) da formação que lhes tenho dado e dos valores que, vejo agora nos seus comprtamentos, lhes venho transmitindo.
Há que educar primeiro os pais.

Celia disse...

Sou mãe de três filhos e aprendi com o que a vida me proporcionou que é preciso lutar muito para se ter algo na vida. Tento educa-los com regras, muitos mimos, pouca permissividade, e respeito, muito respeito pelos outros. Também existem em minha casa alguns castigos e na hora certa algumas palmadas. Estou como a Rita, orgulho-me do que tenho feito deles, e quero continuar a orgulhar-me quando os vir aplicar com os seus filhos os exemplos que lhes vou dando.

Sofia Guerra Carvalho disse...

Os pais foram perdendo cada vez mais tempo para dedicar aos filhos por isso compensam-nos dessa forma sem entender que não os vão recompensar a longo prazo.
Talvez ajudasse dar mais apoios para que os pais (e/ou as mães) tivessem alternativas para acompanhar mais os filhos (desde licenças de maternidade mais alargadas à possibilidade de trabalhar em part-time). Algo que já acontece por outras paragens.

mjgsa disse...

Entrei no seu blog por acaso e gostei imenso.Como mãe de 2 crianças pequenas, impressionou-me imenso este post.(Como diz o meu pai, hoje as crianças têm que ser Principes e Princesas.)É impressionante vêr como algumas crianças, são elas que conduzem a vida dos pais.Como em tudo na vida Há que imperar o bom senso.

Sant'Iago disse...

no meu estágio em saude mental e psiquiátrica, um psiquiatra brilhante a todos os níveis afirmou "não é o mimo que faz mal! mas a falta de educação!". compreende-se. pode-se mimar, mas também não se deve negligenciar a educação, a moral :)
brilhante post
cumprimentos

havozinha disse...

Talvez eu seja um desalinhado e como tal tento sempre a ver as coisas por outro prisma, para destoar dos restantes comentários falo na qualidade de filho (até porque não sou pai) de filho já crescido, os meus 36 anos dizem-me que algumas vezes fui injustiçado pela minha querida mãe, mas noutras escapei com sorte ao seu veredicto, a verdade dos factos é que estou consciente do seu amor incondicional por mim e esse mesmo amor ensinou-me que errar também faz parte do processo. O medo de errar será na minha opinião um dos problemas, ninguém quer errar, sobretudo quando se trata da própria prole, o maior erro será a disputa a que assistimos entre pais pelo amor dos filhos, disputa essa que por vezes não passa de uma negociação materialista sustentada obviamente num maior ou menor esforço financeiro.
Feitas as contas e na minha opinião tudo o que é material é acessório e o que verdadeiramente interessa são os valores morais transmitidos e as lições passadas nas ocasiões e timmings certos, a mim muitas vezes bastou dizer «que os outros meninos, são os outros meninos e tu és tu» hoje parece que é preciso satisfazer não as necessidades dos próprios filhos mas de todos os outros (porque os outros também já têm).
A falta de tempo só pode ser uma atenuante – no máximo – para os pais, a minha mãe sempre trabalhou e sozinha “teve” de me educar a mim e à minha irmã, é complicado pois é...à que estar à altura.

(nunca mais me calava, resumindo, os pais no lugar de pais e os filhos no lugar de filhos)

grega disse...

Sugiro que leiam
http://o-povo.blogspot.com/search?q=maus+pais

Sou mãe de cinco mais um no céu e subescrevo Aldo Naouri

Do Mel ao Fel disse...

gostei muito do seu post, mas penso que uma pessoa não é só fruto da educação que os pais lhe dão

Psiquiatra da Net disse...

Concordo com muito do que foi aqui escrito:

De facto, a pessoa não é só fruto da educação que os pais lhe dão - há uma coisa chamada temperamento, que tem por base factores intrínsecos à criança.
Por outro lado, muito do que faz com que a personalidade seja personalidade tem a ver com o meio envolvente. E nesse meio envolvente incluem-se, não só as relações precoces como todas as que depois delas são desenvolvidas.

E sim, não batam tanto no ceguinho, leia-se, nos pais. Admiro imenso os esforços que os pais, hoje em dia, fazem para proporcionar aos filhos uma vida digna...
Mas devo-vos confessar: o estágio de pedopsiquiatria fez-me pensar na minha própria capacidade para ser um "pai suficientemente bom"...

Valkyrie B. disse...

É dificl, verdadeiramente ser-se pai/mãe... Eu bem vi o que os meus pais passaram comigo, e eu nem dei muito que fazer. No entanto, penso que todos, nascem com um pouco desse conceito. Eventualmente também dependerá da personalidade dos pais, pois ate podem nao puder estar presentes, o que nao quer dizer que quando o estão não possam ensinar aos filhos os seus direitos e deveres. Por vezes o que penso que é difícil também, é o facto de os pais acompanharem a educação dos seus filhos, no inicio da carreira escolar. A partir daí, tudo muda. Não são só os pais, 1 ou 2 irmãos ou os avós a interagir na educação da criança. E sim um aglomerado de pessoas, resumido-se a Professores, Amigos, e Família. A educação nas escolas tambem é MUITO importante, por vezes o que corre mal são as amizades que levam as crianças para outro lado, mesmo que diferenciem o bem do mal. Mas isto ja iria fujir um bocadinho.
Adorei o Blog e vou adiciona-lo!

Anonima disse...

Vou escolher uma estrada e segui-la sozinho. Desta vez não quero companhia nem amizade, quero-me a mim e seguir sem destino.



Sozinho ainda sem me perceber e encontrar sigo a estrada que escolhi, mas não sei o seu fim, terás fim? Fui eu que escolhi e decidi, vou seguir-te sozinho.



Numa estrada nua ou despida, coisa que eu não sou nem quero ser, preciso de me perceber e encontrar, descobrir qual a estrada de mim, mas isso vou faze-lo sozinho, não vou levar-te comigo.



Sozinho vou conhecer o que preciso e descobrir o que quero, vou ver o mundo, vou ver as cidades do meu coração. Vou viver sozinho!



Sozinho numa estrada que escolhi.

Anonima disse...

Bem, acho que o problema e mesmo dos pais, devem começar a dizer lhes desde cedo que nao, é o que mais custa, mas tera de ser, para os seus filhos serem boas pessoas, a minha mae disse me qe nao a muita coisa devido a nossa peqena economia, deu me muitas palmadas por birras e sempre dizia a famosa frase "agora choras por crer" nao podemos ceder a tudo que os pirralhos querem, eles nao teem idade nem mentalidade para mandarem, e o mal vai ser nosso se deixarmos, apesar de tudo o que vejo hoje em dia, acho que a sociedade ainda tem algumas excessoes, mas quando vejo historias como estas fico muito assustada com o meu futuro, e com o de todos nos.
Sei que ja passou um tempo do post, mas espero que o veja.(enganei me no ultimo coment)